
Em 1977, em uma entrevista à revista “Manchete”, Cartola (1908-1980)
disse:”Quem gosta de homenagem póstuma é estátua. Eu quero continuar
vivo e brigando pela nossa música”. Bom, 28 anos depois da célebre decla-
ração, na comemoração dos 97 anos de seu nascimento, Agenor de Oliveira
foi imortalizado em bronze pelas mãos do artista plástico Otto Dumovich.
querendo ou não, Cartola continua em casa, mais especificamente em
frente ao Centro Cultural Cartola, a 200 metros do palácio verde-e-rosa,a
Estação Primeira de Mangueira, que ajudou a criar.
- Quem vem de fora pode até não saber quem é ele, mas todos os moradores
da comunidade sabem. As crianças adoram essa estátua, gostam de brincar
com o violão e até “conversam” com ele. Meu filho, de 5 anos, toda vez que
passa por aqui chama o Cartola de vovô – conta a recreadora de creche Rita
de Cássia, de 24 anos, enquanto caminha a passos rápidos, com sacolas do
mercado na mão, em frente à estátua.
Braguinha 
A intenção foi boa: imortalizar Braguinha (1907-2006) de braços abertos
para Copcabana, o bairro que consagrou sua obra. Mas a Praça Demétrio Ribeiro, na Avenida Princesa Isabel, é um lugar de passagem de carros em alta velocidade, que entram e saem do Túnel Novo. Resultado: muita gente não consegue parar para conferir a escultura assinada por Otto Dumovich,à sombra de um flamboyant.
- A estátua do Braguinha, por ser a única dessa série instalada em um pe-
Destal, é mais monumental, mas gosto do gestual dele, da informalidade da
obra. Os braços abertos passam a idéia de generosidade, como se ele estivesse falando “Entrem que a casa é sua” – imagina o secretário municipal
das Culturas e um dos idealizadores do projeto da estátua, Ricardo Macieira.
Atualmente, todos os dias, das 9h às 18h, cinco carregadores de cartazes com
Propaganda de políticos batem ponto na praça, embaixo da estátua do compo-
sitor de marchinhas carnavalescas.
- Fiquei sabendo que ele é um dos autores de “Carinhoso”e adorei. A música
é muito bonita. O Braguinha acabou virando o nosso guardião. Todo dia quando chego falo “oi” e, na hora de ir embora, “obrigada pela companhia” –diverte-se a carregadora de cartazes Maria Lúcia Bispo, de 51 anos.

A intenção foi boa: imortalizar Braguinha (1907-2006) de braços abertos
para Copcabana, o bairro que consagrou sua obra. Mas a Praça Demétrio Ribeiro, na Avenida Princesa Isabel, é um lugar de passagem de carros em alta velocidade, que entram e saem do Túnel Novo. Resultado: muita gente não consegue parar para conferir a escultura assinada por Otto Dumovich,à sombra de um flamboyant.
- A estátua do Braguinha, por ser a única dessa série instalada em um pe-
Destal, é mais monumental, mas gosto do gestual dele, da informalidade da
obra. Os braços abertos passam a idéia de generosidade, como se ele estivesse falando “Entrem que a casa é sua” – imagina o secretário municipal
das Culturas e um dos idealizadores do projeto da estátua, Ricardo Macieira.
Atualmente, todos os dias, das 9h às 18h, cinco carregadores de cartazes com
Propaganda de políticos batem ponto na praça, embaixo da estátua do compo-
sitor de marchinhas carnavalescas.
- Fiquei sabendo que ele é um dos autores de “Carinhoso”e adorei. A música
é muito bonita. O Braguinha acabou virando o nosso guardião. Todo dia quando chego falo “oi” e, na hora de ir embora, “obrigada pela companhia” –diverte-se a carregadora de cartazes Maria Lúcia Bispo, de 51 anos.

Enquanto algumas estátuas sofrem com atos de vandalismo, o pernambucano
Manuel Bandeira (1886-1968) brilha protegido na praça da Academia Brasi –
leira de Letras. Duas câmeras de segurança da ABL, ligadas 24 horas por dia,
garantem o sossego da escultura feita pelo artista Otto Dumovich – o mesmo
responsável pelas esculturas de Braguinha, Pixinguinha e Cartola – em abril
do ano passado. Além dos óculos, a obra criada com 250 quilos de bronze
ostenta escrivaninha equipada com livros, peso de papel e até xícara de café.
E mais: sempre que os passantes se aproximam, seja para tirar fotos ou para
descobrir quem é aquele elegante senhor, um segurança de terno preto surge
para conferir o que está acontecendo.
- Muita gente não sabe quem é ele, mas tira foto mesmo assim – entrega o
Segurança de Manuel Bandeira.
O autor dos versos “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros,
vinha da boca do povo, da língua errada do povo, da língua certa do povo”
(que estão gravados em uma placa aos pés da escultura) vê, de camarote,o
vaivém das movimentadas Rua Santa Luzia e Avenida Presidente Wilson,
perto do edifício da Avenida Beira Mar em que passou grande parte de sua
vida no Rio.

No dia-a-dia corrido no Centro, muita gente passa batido. Os olhares mais atentos, no entanto, se desviam em direção à estátua de Pixinguinha(1897-1973), que está desde 1996 no meio da Travessa do Ouvidor. O monumento
de 1,70m de altura, criado pelo escultor Otto Dumovich, mostra o músico
vestido de gravata borboleta, sapato bicolor e chapéu de palha enquanto toca
saxofone.
- Quem sabe que ele é o Pixinguinha pára para olhar e fazer uma reverência.
O ato mais bonito era o de uma senhorinha que vinha toda semana trazer flo-
res, mas há quatro meses ela sumiu – conta o vigia Antônio Martins, de 46 anos, 11 deles como segurança particular da estátua.
Antônio é contratado pela Associação dos Amigos da Travessa do Ouvidor, que cuida do monumento. Pixinguinha fica de frente para um desenho da
Wiskeria Gouvêa, onde o músico tinha mesa, cadeira e até copo cativos.
- Caetano e Gil vinham fazer partitura com ele aqui – lembra Antônio. O guardião também faz a limpeza completa da estátua, uma vez por ano, sempre
perto do aniversário do músico, em abril.
- Tenho muito trabalho quando as pessoas resolvem jogar moedas dentro do
saxofone para fazer pedidos. Vê se pode?
Adorei,vc é fantástico111
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir